Gestores de Cultura Viva discutem fortalecimento de redes culturais comunitárias

Evento reuniu representantes brasileiros e internacionais para debater estratégias de integração e ampliação das políticas culturais de base comunitária Nesta sexta-feira (29), o Ministério da Cultura (MinC) sediou a Reunião de Gestores Gestoras de Cultura Viva do Brasil, encerrando as comemorações pelos 10 anos do programa IberCultura Viva. O evento, realizado em formato híbrido, contou com a presença de 38 participantes por videoconferência e 22 presencialmente em Brasília, incluindo gestores culturais de diversas regiões do Brasil e representantes da República Dominicana e El Salvador. A reunião abordou o plano de implementação da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) na Política Nacional Cultura Viva (PNCV) e promoveu o fortalecimento da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, que conecta iniciativas culturais comunitárias em sete países. “Essa iniciativa é um esforço conjunto para valorizar as trajetórias culturais locais e construir um modelo participativo, considerando as especificidades de cada território. A troca de ideias e ações é fundamental para garantir o fortalecimento das políticas culturais,” explicou João Pontes, diretor da Política Nacional Cultura Viva do MinC. Fonte: www.gov.br/culturaviva Para Henry Mercedes, diretor-geral de Mecenato do Ministério de Cultura da República Dominicana, trabalhar em rede é essencial para garantir que as políticas públicas sejam sólidas, inclusivas e efetivas. “Nosso compromisso é com a sustentabilidade das iniciativas culturais e o fortalecimento das comunidades. A ideia é buscar meios de garantir que as políticas públicas sejam estabelecidas de maneira contínua, assegurando sua eficácia. Isso passa por diálogos institucionais, articulação de redes comunitárias e fortalecimento das estruturas organizacionais, sejam elas públicas ou comunitárias”, explicou. De acordo com Walter Romero, representante de El Salvador, o Programa Cultura Viva tem um papel fundamental na articulação entre comunidades e governos: “Estamos criando um ambiente favorável para fortalecer iniciativas culturais em grandes cidades e comunidades do interior. Programas como a LABEC ajudam a ampliar o alcance das redes comunitárias.” A Rede IberCultura Viva foi apresentada por Flor Minici, secretária-técnica do programa, e por Diego Benhabib, consultor de Redes e Formação. O projeto tem se consolidado como um espaço de intercâmbio e inovação em políticas culturais comunitárias. Desde sua criação, em 2017, a rede já conta com a adesão de 37 cidades e governos locais de sete países, incluindo as brasileiras Niterói (RJ) e São Leopoldo (RS). Entre os resultados concretos estão ações como a criação das Cartas de Direitos Culturais, implementadas em cidades como Niterói, Concepción (Chile) e San Luis Potosí (México). “Um dos principais benefícios [de participar da rede] é o intercâmbio de experiências sobre as políticas culturais de base comunitária que se implementam em suas localidades e que aportam matizes, metodologias, diferentes formas de fomento em seus territórios,” destacou Benhabib. Também para Flor Minici, a Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais é uma experiência valiosa, não apenas pela articulação e intercâmbio de experiências entre governos e pelo apoio do programa às atividades propostas pelas administrações locais, mas também por atuar como um laboratório de políticas públicas. “Funciona como um laboratório de políticas públicas que permite alojar debates e experiências, permite realizar processos de participação democrática”, explicou. O programa O IberCultura Viva é um programa de cooperação cultural ligado à Secretaria Geral Ibero-americana (Segib), que reúne 13 países da Ibero-América. Seu objetivo principal é fortalecer as culturas vivas comunitárias, reconhecendo e valorizando organizações culturais locais, povos indígenas, comunidades afrodescendentes, camponesas e grupos que atuam na promoção da cultura digital. O programa foi concebido para apoiar a criação de políticas públicas inclusivas e sustentáveis, contribuindo para a construção de identidades culturais em que as diferenças sejam percebidas como fonte de riqueza e aprendizado mútuo. Além disso, o IberCultura Viva incentiva projetos culturais que fomentem a participação comunitária e a criação de redes culturais que transcendam fronteiras. Também promove espaços de formação, visibilidade e intercâmbio para iniciativas locais que frequentemente permanecem à margem dos processos de decisão política e cultural.
Assentamento José Milanez: Festival de Cultura Popular celebra tradição, juventude e força comunitária

Nos dias 24 e 25 de outubro, o Assentamento José Milanez, em Lagoa Nova-RN, foi o cenário de um verdadeiro resgate cultural durante o Festival de Cultura Popular. Em dois dias intensos de programação, o evento reuniu moradores, visitantes, artistas e alunos das escolas locais para uma celebração das raízes e das tradições que sustentam a identidade da comunidade. O evento começou com um animado cortejo cultural, que percorreu o assentamento ao som da banda da Escola Municipal Dom José Delgado. Crianças e jovens, caminharam ao lado de grupos como a Irmandade dos Negros do Rosário de Jardim do Seridó, Arrastão do Boi de Currais Novos além dos grupos de dança e teatro da Escola Municipal Nossa Senhora da Conceição em um encontro que simbolizou o compromisso de diferentes gerações com a cultura popular. Entre as atividades artísticas, a apresentação do grupo Caçuá de Mamulengo encantou o público com suas figuras e histórias tradicionais, enquanto o grupo Trota Mundo trouxe a arte da contação de histórias, envolveu as crianças e despertou o imaginário do público com narrativas repletas de sabedoria popular. A programação incluiu ainda a inusitada Vaquejada de Pneu, na qual as crianças vivenciaram a tradicional vaquejada de forma lúdica, e a Corrida de Jegue, uma atividade que encantou o público ao reviver uma tradição querida do sertão. Entre risadas e aplausos, cada prova foi um mergulho na cultura regional. Outro destaque do festival foi a vivência cultural com xilogravura coordenada pelo artista Yuri Bessa, que aproximou os participantes do processo artístico e simbólico da técnica, oferecendo uma experiência prática e interativa. Sob a orientação do artista, a vivência contou com a participação de alunos das escolas, que aprenderam a transformar a madeira em imagens que refletem o cotidiano e o imaginário do sertão. A atividade foi um dos pontos altos do evento, incentivando as crianças e os jovens a expressarem sua criatividade e apreço pela arte popular. O evento contou também com a Feira de Economia Criativa, que ofereceu produtos artesanais produzidos pela própria comunidade. Doces caseiros, artesanatos e estavam entre os itens à venda, permitindo que os visitantes levassem para casa um pedaço da cultura local e apoiando a economia da região. Raimundo Melo, coordenador do Centro de Documentação e Comunicação Popular (CECOP) um dos organizadores do evento, destacou a importância de ações como o Festival para o fortalecimento das tradições locais. “Quando a comunidade se une para fazer acontecer, a gente fortalece a cultura local, mostra que as nossas raízes são vivas, são fortes”, comentou. O Festival de Cultura Popular foi realizado pela Associação Comunitária do Assentamento José Milanez, o Ponto de Memória José Milanez e o Ministério da Cultura, contando com o apoio fundamental de patrocinadores e parceiros. Entre eles, a Aliança Energia, através da Lei Rouanet, o Centro de Documentação e Comunicação Popular (CECOP), a Rede de Pontos de Memória e Museus Comunitários do RN, o Pontão de Cultura e Comunicação e a Prefeitura Municipal de Lagoa Nova, através de sua Secretaria de Esporte, Cultura e Juventude, que contribuíram para o sucesso do evento. Encerrando cada dia com apresentações de violeiros, poetas populares e grupos de forró pé de serra, o Festival de Cultura Popular reafirmou a força da união comunitária e a importância de cultivar e celebrar as tradições regionais, mantendo vivas as heranças culturais para as futuras gerações.
MinC orienta gestores culturais sobre atualização do Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura

Para não afetar os editais lançados pelos estados e municípios, foi suspensa temporariamente a obrigatoriedade do comprovante de solicitação de ingresso no Cadastro Nacional O Ministério da Cultura (MinC) publicou nesta quinta-feira (11) um Informe Circular com orientações aos gestores culturais sobre a atualização do Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura. Nesta semana, entre os dias 9 e 13 de dezembro, o sistema ficou fora do ar devido à migração da versão 5 para a 7 do Mapa da Cultura, principal plataforma de mapeamento e gestão do fomento cultural no país. A expectativa é que a transição para a nova versão seja concluída ainda no mês de dezembro, e o lançamento do novo cadastro ocorra até o final de janeiro. “O Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura está em processo de modernização. Com as mudanças, teremos um sistema com novas funcionalidades, mais intuitivo e gerando melhores indicadores sobre a Rede Cultura Viva para a sociedade”, explicou João Pontes, Diretor da Política Nacional de Cultura Viva. Entre as novidades, estão o preenchimento por etapas e o salvamento automático das informações. Tudo isso com uma experiência mobile otimizada, permitindo acesso simplificado por dispositivos móveis. Para não afetar os editais lançados por estados e municípios para a Política Nacional de Cultura Viva (PNCV), o MinC suspendeu a obrigatoriedade de apresentar, na Etapa de Habilitação, o comprovante de solicitação de ingresso no Cadastro Nacional até que a plataforma seja atualizada. Os candidatos que ainda não tenham enviado o cadastro na Etapa de Habilitação poderão realizar a inscrição assim que a situação for normalizada. Os editais também preveem a emissão da Certificação Simplificada pelo Ministério da Cultura, garantindo que isso não comprometa o possível recebimento da premiação ou a celebração de um Termo de Compromisso Cultural (TCC). Os Entes Federados terão que enviar a lista dos candidatos selecionados/habilitados e daqueles que tenham atendido aos requisitos para certificação como Ponto de Cultura. O formato e o meio de envio das listas serão divulgados assim que a plataforma estiver atualizada e a ferramenta de importação de dados disponível. A partir das listas enviadas e das inscrições realizadas pelos candidatos no Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura, a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural emitirá a certificação. Caso necessário, as entidades e coletivos culturais serão convocados a complementar dados e atualizar o cadastro na plataforma já atualizada, sem prejuízo de sua certificação via editais.Categoria Cultura, Artes, História e Esportes Fonte: www.gov.br/culturavivaFoto: Marcelo Camargo/Agência Brasil